6 de fevereiro de 2014

Pequenina

São tão claros os presságios
E os encontros dessa vida
Quando as partes combinadas
Surgem numa mesma estrada
E na dimensão dos sonhos
Sob a sombra das palavras
É que eu mando um abraço pra ti
Pequenina
Flor vermelha, tão cheirosa
Tão bonita e amorosa
Onde a essência dessa história
 Páira plena na memória
Não pergunte pelo tempo
Pois o tempo foi-se embora
O futuro e a luz da manhã

Não demora. 

(Renato Teixeira)

Se eu soubesse




Ah, se eu soubesse não andava na rua
Perigos não corria
Não tinha amigos, não bebia, já não ria à toa
Não ia enfim
Cruzar contigo jamais

Ah, se eu pudesse te diria, na boa
Não sou mais uma das tais
Não vivo com a cabeça na lua
Nem cantarei: eu te amo demais
Casava com outro, se fosse capaz

Mas acontece que eu saí por aí
E aí, larari, lairiri

Ah, se eu soubesse nem olhava a lagoa
Não ia mais à praia
De noite não gingava a saia, não dormia nua
Pobre de mim
Sonhar contigo, jamais

Ah, se eu pudesse não caía na tua
Conversa mole, outra vez
Não dava mole à tua pessoa
Te abandonava prostrado a meus pés
Fugia nos braços de um outro rapaz

Mas acontece que eu sorri para ti
E aí, larari, lairiri
Pom, pom, pom...

Ah, se eu soubesse nem olhava a lagoa
Não ia mais à praia
De noite não gingava a saia, não dormia nua
Pobre de mim
Sonhar contigo, jamais

Ah, se eu pudesse não caía na tua
Conversa mole, outra vez
Não dava mole à tua pessoa
Te abandonava prostrado a meus pés
Fugia nos braços de um outro rapaz

Mas acontece que eu sorri para ti
E aí, larari, lairiri



(Chico Buarque)