"Amor é isto: a
dialética entre a alegria do encontro e a dor da separação. E neste espaço o
amor só sobrevive graças a algo que se chama fidelidade: a espera do regresso.
De alguma forma a gota da chuva aparecerá de novo, o vento permitirá que
velejemos de novo, mar afora. Morte e ressurreição. Na dialética do amor, a
própria dialética divina. Quem não pode suportar a dor da separação não está preparado
para o amor. Porque amor é algo que não se tem nunca. É o vento de graça.
Aparece quando quer, e só nos resta ficar à espera. E quando ele volta, a
alegria volta com ele. E sentimos então que valeu a pena suportar a dor da
ausência, pela alegria do reencontro."
(Rubem Alves)
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